Espetáculo do crescimento I
Décio Luiz Gazzoni
Há quatro anos nos foi prometido o espetáculo do crescimento, que ficou no espetáculo do discurso. O número mágico do espetáculo: 10 milhões de novos empregos formais. Ficou em uma percentagem do total, a maior parte formalização de postos de trabalho já existentes, com o nível de desemprego estabilizado. Nosso crescimento ficou abaixo da média mundial, da média dos emergentes e, na América Latina, superamos apenas o Haiti. O novo espetáculo do crescimento tem outro número cabalístico: 5% ao ano. Analisemos porque não crescemos no passado, e a real probabilidade de crescimento no futuro.
Mundo O mundo globalizado vive, há 5 anos, um período de efusivo crescimento, sem paralelo na História da Humanidade. China, crescendo consistentemente a 10% ao ano, seguida de perto pela Índia; Argentina, crescendo 44% no período (contra 10% do Brasil), após uma queda de 15% no PIB, devido ao maior calote da dívida pública, em todos os tempos. Portanto, as razões para o baixo crescimento do Brasil repousam, exclusivamente, nos fatores internos. Ressalte-se que perdemos a locomotiva do passado recente, que pode não passar novamente neste e nos próximos anos. |
Impostos Qualquer estudioso sério concorda que um dos principais entraves ao crescimento sustentado do Brasil é a elevada carga tributária. Eventualmente, alçamos um “vôo de galinha”, para logo retrocedermos, pois faltam os fundamentos para um crescimento sustentável. Há 10 anos a pressão tributária sobre o PIB era de 26%, hoje é de 40%. – e continua crescendo! De cada 100 reais gerados na economia brasileira, os governos drenam R$40, que não retornam integralmente em investimentos sociais ou produtivos, perdendo-se no conhecido descontrole dos gastos governamentais. Sem olvidar que a estimativa do PIB capta uma parcela ponderável da renda gerada pela economia informal, que não paga impostos. Logo, quem efetivamente paga os tributos é taxado acima dos 40% da pressão tributária (arrecadação de impostos dividida pelo PIB), como os assalariados ou as empresas sérias e honestas. |
Juros Nos últimos 4 anos pagamos os juros mais altos do planeta. Nada indica que alguma coisa vá mudar nos próximos 4 anos. O corolário dos juros altos é que, além do tomador privado pagá-los, a dívida pública cresce continuamente, como fruto dos juros altos. A sociedade paga esta dívida através de mais impostos, de menos serviços (ou de mais baixa qualidade), ou da supressão dos investimentos – o tal do superávit primário para pagamento do serviço da dívida. A análise prossegue na próxima semana. |
Espetáculo do crescimento II
Décio Luiz Gazzoni
Não apenas tributos e juros elevados entravam nosso crescimento, há o real supervalorizado, que atravanca as exportações (mais indústrias, mais empregos, mais renda) e facilita a importação de bens de consumo (menos indústrias, menos empregos, menos renda). A elevada taxa de juros (que atraem investimentos especulativos estrangeiros) é uma das razões para a supervalorização. A falta de uma política macro-econômica consistente de direcionamento dos superávits do comércio internacional é outra.
O apagão logístico O agronegócio brasileiro estacionou há alguns anos, acompanhando a paradeira da economia brasileira. Com o agronegócio a pleno vapor, não haveria estradas para transportar a produção, armazéns para estocá-la, energia para processá-la e portos para exportá-la. Nossas estradas estão completamente esburacadas, ameaçando o patrimônio e a vida dos que nela trafegam, a ponto de um juiz interditar uma estrada federal para preservar vidas humanas. Investimentos em hidrovias e ferrovias nem pensar. Os portos operam em seu limite. O governo está reconhecendo que cerca de 50% da energia das termoelétricas, especialmente as movidas a gás, não existe a não ser no papel. Como as hidroelétricas não saem do papel, o Brasil não pode nem pensar em crescer acima dos ridículos 2-3% dos últimos anos, pois corre o risco de um apagão energético. Como arrisca aumentar a produção agrícola e não ter como transportá-la, armazená-la ou exportá-la. |
Tecnologia A taxa de investimento em novas tecnologias é muito baixa no Brasil, o que nos torna dependentes de tecnologia alienígena – que leva parte dos lucros da produção, através dos roialties. Na área agrícola, o orçamento dos institutos de pesquisa diminuiu consistentemente, nos últimos anos, enquanto proporção do PIB do agronegócio. Isto significa que, quando o agricultor necessitar de inovações mais rentáveis ou que reduzam seus custos, para aumentar sua competitividade, elas não estarão disponíveis.
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Resumo Sem temer a falta de originalidade - nem foi nossa pretensão - é absolutamente inviável pensar em crescimento de 5% ao ano sem reduzir, fortemente, juros e impostos; sem corrigir a defasagem cambial; sem pesados investimentos em logística e infra-estrutura; sem políticas industrial e agrícola coerentes; e sem investimentos maciços em tecnologia agrícola e formação de recursos humanos.
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Apocalipse now?
Décio Luiz Gazzoni
Escrevo de Paris, onde participo da Reunião do Painel de Energias Renováveis da Academia Internacional de Ciências, da qual sou membro. Somos 15 cientistas dos cinco continentes, convidados a analisar a situação atual e propor medidas para incrementar o uso de energias renováveis. Como não poderia deixar de ser, um dos principais temas das reuniões e dos intervalos é a bagunça climática que está tomando conta do mundo. Nossa geração conseguiu, em menos de 20 anos, perpetrar mudanças climáticas que a Natureza costuma demorar milênios para efetuar. Nossos agricultores estão sentindo na carne os efeitos do clima alterado, ora com secas prolongadas, ora com inundações.
Câmbios climáticos Nessa |
Clima e Energia O que clima tem
a ver com energia? Tudo! O |
Décio Luiz Gazzoni
Ao apagar das luzes de 2006, o governo sacramentou a intenção de antecipar de 2012 para 2010 a obrigatoriedade da mistura de 5% de biodiesel no petrodiesel. Também está em estudo a antecipação para julho deste ano a obrigatoriedade da mistura de 2%. As distribuidoras de combustíveis anunciam investimentos superiores a R$ 200 milhões, na disputa pelo mercado. A pioneira (BR Distribuidora) já anuncia lucros com a venda da mistura de petrodiesel e biodiesel.
Novos mercados A Petrobrás firmou contrato com a Viação Itaim Paulista, fornecendo B30 para os 1900 ônibus da empresa (6 milhões de litros por mês). A Petrobrás também negocia o B30 para outras frotas em Belo Horizonte e Recife, devido ao crescente interesse dos frotistas em operar com um combustível de menor impacto ambiental. Na mesma linha segue a Companhia Vale do Rio Doce, que pretende operar com biodiesel a sua frota e as suas 35 termelétricas. No momento a Petrobrás se vale dos estoques adquiridos em leilões, que superam a necessidade da empresa para formular o B2. Porém, no curto prazo, a companhia deverá ingressar como forte compradora no mercado, tendo em vista o crescente interesse do mercado corporativo no biodiesel. |
Números O biodiesel provém de 16 usinas em funcionamento, com capacidade de 532 milhões de litros. De imediato, 4 novas usinas entram em operação, expandindo a capacidade para 800 milhões de litros. Não por coincidência, este é o número cabalístico do mercado cativo de B2 para 2008 e esta é uma das razões para que a obrigatoriedade seja antecipada para 2007. No varejo, a Petrobrás vende o B2 nos 3.600 postos de sua rede, além de fornecê-lo para 2,2 mil empresas privadas. Em 2006 foram apenas 37 milhões de litros, mas a meta até a metade deste ano é expandir o atendimento para 5.400 postos e 6.000 clientes, com vendas de 35 milhões de litros/mês. A Shell já iniciou a venda de B2 em 135 postos da rede além de 100 grandes consumidores, prevendo, para 2007, vender 60 milhões de litros de biodiesel. A Ipiranga e a AleSat também ingressaram no mercado, sendo que a última implanta sua própria usina com capacidade de produzir 114 milhões de litros. |
Matéria prima
No final da cadeia os negócios estão avançando de vento em popa. Mas, e na produção de matéria prima, estamos preparados para ofertar todo o óleo demandado? Conseguiremos expandir a produção de oleaginosas? Este é o assunto das duas próximas colunas.
Décio Luiz Gazzoni
Não apenas apitando na porta do Brasil, como estendendo um tapete vermelho e nos forçando a embarcar na composição. A dúvida é se conseguiremos embarcar. O mundo inteiro busca energias renováveis, onde se inclui a agroenergia, projetando um mercado fortemente comprador, no médio e no longo prazos.
Quatro mercados Nota-se, com clareza, quatro grandes vertentes no mercado de biodiesel: (i) o mercado das políticas mandatórias, que cria uma reserva equivalente ao percentual de adição do biodiesel ao petrodiesel. No Brasil, é estimado em 800 milhões de litros em 2008 e em 2,2 bilhões em 2010. No mundo, mais de 70 países exararam legislação impondo a mistura compulsória e outros o farão brevemente; (ii) o mercado corporativo, em que empresas buscam um ganho de imagem pelo uso de combustível limpo; (iii) o mercado concorrencial, em que as distribuidoras oferecem o produto além das imposições das políticas mandatórias, e (iv) o mercado de auto-abastecimento, em que produtores rurais ou frotistas produzem seu próprio biodiesel. É difícil estimar o tamanho real do mercado para os próximos anos. A variável diretriz mais importante será a reação da opinião pública às mudanças climáticas globais e o suporte às corporações que investirem em combustíveis menos poluentes. |
Suporte Pelo andar da carruagem, ao menos nos países desenvolvidos, este suporte será muito grande. A amostra é pequena, porém um fato chamou minha atenção em um workshop do qual participei, em Amsterdam. O diretor de uma empresa de energia relatou haver no seu site na Internet a opção para que o consumidor decidisse o “mix” de fontes de energia elétrica que pretendia receber. O consumidor ingressava com o número de conta de energia e deslizava uma chave, escolhendo qualquer valor entre 100% de energia produzida com óleo diesel a 100% de biomassa. Resultado: em pouco mais de 30 dias foi obrigado a retirar a opção do site, pois não havia mais oferta de geradoras de energia elétrica que utilizassem biomassa. Este pequeno exemplo indica a importância que o consumidor, que também é um cidadão, confere à necessidade de produzir energias limpas. Outro exemplo vem dos postos de biodiesel B100, que se multiplicam pela Alemanha, com um mercado claramente comprador. O Brasil vai aproveitar esta oportunidade? Discutiremos o tema na próxima semana. |
Décio Luiz Gazzoni
Somente com as políticas mandatórias dos países grandes consumidores de diesel, a demanda superará a 33 bilhões de litros de biodiesel, em 2010. A UE precisará 13-14 bilhões de litros. Para o início da década de 20, a oferta de óleo vegetal precisará crescer 160%, para atender a demanda nutricional e de biodiesel para mistura compulsória ao diesel.
Onde produzir? Nos próximos 5 anos, esgota-se a área do Hemisfério Norte, em especial da UE e dos EUA. China, Índia, Japão e outros grandes consumidores de energia não têm área para expansão. Os grandes produtores de dendê (Malásia, Tailândia e Indonésia) atingirão seu limite na próxima década. Esqueça a Austrália e a África ainda tem um longo caminho pela frente até tornar-se um ambiente favorável a grandes negócios. A Argentina esgota sua área de expansão em 20 anos, o Paraguai antes disto. A Bolívia não receberá investimentos internacionais para expandir sua produção, nos próximos 15 anos, até que a imagem negativa de agressão ao patrimônio privado e descumprimento de contratos desapareça. |
Brasil Aqui há área para expandir nos próximos 50 anos, tem sol, água, agricultores, empresários e tecnologia, desde que consigamos: (i) reduzir a tremenda carga tributária; (ii) reduzir a excessiva taxa de juros; (iii) disponibilizar crédito no volume e momentos adequados e em modelos compatíveis com o risco e com a maturação dos empreendimentos; (iv) adequar a taxa de câmbio, para estimular a exportação; (v) garantir a segurança patrimonial da propriedade privada e a consistência e longevidade do arcabouço jurídico; (vi) dispor de políticas agrícola, industrial e de exportação que permitam agregar valor aos produtos; (vii) formar mão de obra especializada, e; (viii) suportar a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias, para que o país sempre esteja na fronteira do conhecimento, em condições de competir com vantagens sobre os concorrentes. |
Embarque Cumprida a lição de casa é só embarcar na composição que nos espera com dezenas de bilhões de dólares em negócios na área de agroenergia, gerando milhões de empregos no interior do país, aumentando a renda e provocando melhor distribuição da mesma, oferecendo oportunidades aos jovens, consequentemente reduzindo os índices de criminalidade do país. O Brasil vai embarcar neste trem? Só depende de nossas autoridades e lideranças.
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Matriz energética |
Décio Luiz Gazzoni
Não basta dispor do termômetro, é necessário saber interpretar a temperatura do paciente. Febre de 38º.C é bom se baixou de 40º.C, ou ruim se subiu de 36º.C. Mais que o saldo de US$46 bilhões no comércio exterior, em 2006, seu contexto é importante. As exportações cresceram 16% em valor, porém o volume exportado aumentou apenas 3,8%. O maior valor deveu-se ao aumento da cotação das principais comodities. Poder-se-ia argumentar maior exportação de manufaturados, porém estes cresceram apenas 3,3%. Aí vem o contexto: Qual foi o crescimento real do volume exportado pelo mundo? Foi de 9,4%. E dos países em desenvolvimento? Subiu 10,8%. |
Trem Assim como no crescimento do PIB, também nas exportações perdemos o trem da História, que foi aproveitado por outros países. A perda de fôlego é evidente, pois no triênio 2003-2005, o volume exportado cresceu 14% (19% de manufaturados), sendo este crescimento devido em parte à “herança maldita” do governo anterior (medidas de incentivo à exportação), e em parte pela orgia compradora da Ásia. Os chineses continuam comprando, o Brasil é que está desacelerando as exportações, pela taxa de câmbio defasada.
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Importação Confirma-se o problema cambial examinando as importações. Elas aumentaram 8% nos países ricos e 13% nos emergentes. Já o Brasil foi atropelado pelo crescimento de 24%, quase 10 vezes o crescimento do PIB. A maior parte das importações é de bens de consumo, ou seja, estamos transferindo a outros países riqueza e empregos, que o IBGE estima em 1% do PIB. A combinação perversa entre juros altos, impostos mais altos ainda e real supervalorizado é veneno para matar hipopótamo. Parte da recuperação econômica da Argentina ocorre por conta dos erros do Brasil que, com sua tributação maluca, permite que o vizinho compre soja em draw back, apenas para processar e re-exportar em seguida. Lá ficam bilhões de dólares em renda e milhares de empregos. Os setores calçadista e têxtil estão se mudando de mala, cuia e empregos para países com juros, câmbio e tributos mais favoráveis. Como a China! |
Câmbio
Já vimos esta novela em anos passados. Câmbio valorizado é como carro sem combustível na subida. Vai até um ponto e volta de ré. Voltar significa crise cambial, fuga de reservas, juros mais altos e dependência de capitais estrangeiros de curto prazo. Significa, sobretudo, baixo crescimento e desemprego. O busílis do problema é a coragem e a capacidade para enfrentá-lo e corrigi-lo.
Décio Luiz Gazzoni
Escrevo de Buenos Aires |
Sofrimento de |
A |
Óleos essenciais
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Cresce de |
Efeitos
Os
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Afrodisíacos
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Na
O prof. Sachs visualiza o
Brasil |
Sintonia
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Décio Luiz Gazzoni
Imagine-se em 2027, lendo uma entrevista com um líder de uma ONG muito ativa na luta contra os transgênicos em 2007, fazendo um mea culpa, assumindo que a luta contra a biotecnologia derivou de uma visão errada, que representou anos de atraso na agropecuária brasileira, com perda de renda e empregos, diminuindo a produção de alimentos e aumentando o custo de produção. “Por nossa culpa, outros países que investiram em biotecnologia, tornaram-se hiper eficientes e abocanharam o mercado do Brasil. Mas, como o Brasil tem a maior área agrícola do mundo, o nosso atraso tecnológico só fez aumentar a fome no mundo”, diria o líder.
Futurologia e História
Obviamente, o parágrafo anterior é pura ficção, inspirada na entrevista da Folha de São Paulo (27/3) com Patrick Moore, um dos fundadores do Greenpeace, e hoje um dos principais defensores da energia nuclear. “Estávamos focados em armas e em guerras nucleares, preocupados com a possibilidade de a civilização e o ambiente serem destruídos pelo holocausto nuclear. Vejo que cometemos um erro ao incluir a energia nuclear como parte disso. Falhamos em distinguir o uso pacífico da tecnologia do destrutivo“. Moore analisa as conseqüências daquela atitude: “Além disso, a preocupação com as mudanças climáticas criou uma situação muito diferente no mundo. Agora queremos reduzir o consumo de combustíveis fósseis, não só pelas mudanças climáticas como pela poluição do ar.” E o mea culpa definitivo “A única forma de reduzir o consumo de combustíveis fósseis de maneira significativa é fazer isso com um programa agressivo de energias renováveis combinado à energia nuclear”. Mein Gott, é o mesmo fundador do Greenpeace, que tão ferozmente combatia o uso pacífico da energia nuclear há 20 anos? “Seria benéfico para o Irã ter energia nuclear, a não ser que o país queira usar essa tecnologia para fins maléficos”. Vade retro Satanás, diria o mesmo Moore, há 20 anos! Veja sua opinião sobre os ambientalistas que não aceitam energia nuclear: “É uma infelicidade. Acredito que eles ainda estão presos a uma mentalidade da Guerra Fria. ... O princípio que devemos adotar é que não podemos banir os usos benéficos de uma tecnologia só porque ela pode ser usada para o mal. Mais de 1 milhão de pessoas já foram mortas na África com um simples facão. Eles limpam o terreno e cortam a madeira, mas ele também pode ser usado para cortar braços de humanos e matá-los”. Agora leia novamente o primeiro parágrafo, imaginando-se em 2027, mas tendo presente os fatos reais de 2007.
Décio Luiz Gazzoni
...na história deste país o sistema de transporte foi tão maltratado quanto nos últimos quatro anos! O caos no transporte aéreo, que paralisou o país no último final de semana, é o retrato de uma tragédia anunciada. Qualquer empresário que observasse o aumento da demanda do seu produto, em níveis superiores a 20% ao ano, saberia da necessidade de ampliar a área de produção e garantir a logística de abastecimento, transporte e distribuição. Ainda mais se fosse monopolista no setor. Pois, desde 2003, o volume de passageiros nos aeroportos cresce à taxas geométricas de 20%, emitindo berros (não apenas sinais) de que a logística dos aeroportos, a grade de vôos e o controle do espaço aéreo precisavam ser adequados. Foram ceifadas mais de 150 vidas no acidente com o Boeing da Gol e mesmo assim não se viu o Governo Federal tomar qualquer providencia. Infelizmente, o desastre continua sendo anunciado. Vergonha das vergonhas foi o vexame de assistir companhias aéreas internacionais suspenderem os vôos para o Brasil, por absoluta desconfiança na capacidade do nosso Governo de resolver o problema, o que acabou sendo corroborado pelas trapalhadas que se seguiram. | ...na história deste país o sistema de transporte foi tão maltratado quanto nos últimos quatro anos! O caos no transporte aéreo, que paralisou o país no último final de semana, é o retrato de uma tragédia anunciada. Qualquer empresário que observasse o aumento da demanda do seu produto, em níveis superiores a 20% ao ano, saberia da necessidade de ampliar a área de produção e garantir a logística de abastecimento, transporte e distribuição. Ainda mais se fosse monopolista no setor. Pois, desde 2003, o volume de passageiros nos aeroportos cresce à taxas geométricas de 20%, emitindo berros (não apenas sinais) de que a logística dos aeroportos, a grade de vôos e o controle do espaço aéreo precisavam ser adequados. Foram ceifadas mais de 150 vidas no acidente com o Boeing da Gol e mesmo assim não se viu o Governo Federal tomar qualquer providencia. Infelizmente, o desastre continua sendo anunciado. Vergonha das vergonhas foi o vexame de assistir companhias aéreas internacionais suspenderem os vôos para o Brasil, por absoluta desconfiança na capacidade do nosso Governo de resolver o problema, o que acabou sendo corroborado pelas trapalhadas que se seguiram. |
Agronegócio
Veja o leitor como será difícil resolver o nó da logística do agronegócio. A crise aérea se alastra há 8 meses, todos os benditos dias as rádios, os jornais e as tvs colocam noticias escabrosas, fazem comentários duros sobe a incapacidade governamental, alertam sobre os riscos crescentes e nenhuma atitude é tomada para solucionar o problema, que ainda vai se arrastar por muito tempo. Aliás, foi tomada uma atitude, sim: a bancada do Governo tenta, denodadamente, sepultar a CPI do caos aéreo. No setor agrícola, não foi tomada uma única medida governamental para impulsionar o transporte fluvial ou ferroviário. Ao contrario, aqui no Paraná diminuiu a oferta de vagões. As estradas, nas principais regiões agrícolas, desapareceram, deixando em seu lugar um enfileirado de buracos que destrói o caminhão e consome o lucro do agricultor. Numa atitude eleitoreira desesperada, há um ano foi lançado uma ridícula operação tapa buracos, que nunca saiu do papel, porque a própria Controladoria da União descobriu que outros buracos iam ser tapados e as estradas continuariam de mal a pior. Parece impossível chegar mais ao rés do chão: quando o país precisa mudar radicalmente sua modal de transporte, para ganhar competitividade, a única coisa que o Governo ofereceu foi tapar buracos criados por sua inação – e sequer isto foi feito.
Décio Luiz Gazzoni
Já ouvi uma centena de vezes a pergunta: com a expansão da Agroenergia, faltará comida? A resposta é: em termos. Não no Brasil dos próximos 50 anos. Aqui Deus nos deu água, terra e sol em abundância. Tecnologia para chegar aonde chegamos nós dispomos, a dúvida é se continuaremos na fronteira do conhecimento nos próximos anos, com a defasagem de investimentos em pesquisa e desenvolvimento entre o Brasil e outros países. Em 2007, estamos plantando 63 milhões de hectares e usamos 220 milhões para pastagens. Descontando florestas, rios, cidades, lugares íngremes, etc., ainda sobra quase 100 milhões para plantar. Entretanto, a área de pastagem vai diminuir muito nos próximos anos. De um lado porque as áreas com pastagens degradadas serão, gradativamente, incorporadas ao sistema produtivo. De outro lado, a lotação de animais por unidade de área está aumentando, o que significa liberar área para lavoura. Finalmente, cada vez mais os agricultores estão utilizando o sistema de integração lavoura/pecuária, que significa uma área extra à agricultura de, no mínimo, 20 milhões de ha por ano. |
Agroenergia Por mais que se expanda a área de cana e de oleaginosas, nos próximos 30 anos, não faltará terra para produzir comida no Brasil. Se a fome persistir, será por falta de renda para adquirir alimentos, nunca por falta de produção, seja para consumo interno ou para exportação. Imaginemos um cenário extremo, quiçá nunca realizável, de que o Brasil seja convocado para produzir 20 vezes mais álcool do que produz hoje. Considerando que, seguramente, dobraremos a produtividade de álcool por ha em 30 anos, precisaríamos de outros 27 milhões de ha de cana. É só comparar com a disponibilidade acima, para ver a folga que temos. Isto se, neste período não estivermos produzindo etanol celulósico, com um rendimento por unidade de área muito maior que o etanol de cana.
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Alhures Agora, no que tange a outros países, a resposta é diferente. EUA, Europa e Ásia terão que escolher entre produzir alimentos ou energia. Verifique o leitor que o pequeno aumento da demanda de milho para produzir etanol nos EUA fez disparar o preço do milho, da soja, do trigo, etc., porque não há como expandir a área de milho americana sem diminuir de outros cultivos. Mesmo com cultivares transgênicas, altamente produtivos, o impacto será ponderável. Nestes países, aumentar a produção de energia diminuirá a produção de alimentos.
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Décio Luiz Gazzoni
Em uma das ultrajantes esperas em aeroportos, troquei idéias com o meu amigo Jorge Samek, presidente da Itaipu Binacional. Provoquei-o no seguinte: entre as 22h e as 6h, as comportas de Itaipu são abertas, porque diminui a demanda de eletricidade. Porque não aproveitar a energia não gerada para produzir Hidrogênio? Muito se fala na futura Economia de Hidrogênio, porém poucos se dão conta que, para gerar Hidrogênio, é necessário um gasto enorme de energia, tornando sua produção um contra-senso. A menos que a energia seja renovável e muito barata. É o caso de Itaipu durante a madrugada, porque os custos fixos e grande parte dos variáveis já foram absorvidos no preço que pagamos pela energia, logo o custo de gerar energia de madrugada seria marginal.
Perspectivas
A
Décio Luiz Gazzoni
Ganhar dinheiro transformando esgoto em adubo só podia ser coisa da Embrapa e a notícia é particularmente auspiciosa hoje, dia em que a Embrapa comemora 35 anos. O lodo de esgoto é um produto estigmatizado, um passivo para as companhias de saneamento. Bem, era, até que o Dr. Jorge Lemainski, pesquisador da Embrapa Cerrados, resolveu fazer limão desta limonada. A parte sólida do esgoto é de apenas 0,01%, mas lembremos que o esgoto se mede em milhões de litros. A Embrapa está de olho neste potencial há mais de uma década, com excelentes resultados no seu uso como fertilizante para soja, milho, reflorestamento, fruteiras e gramíneas, entre outras plantas. |
Potencial A coleta de esgotos se restringe a menos de 20% dos municípios, onde vive 50% da população brasileira. Porém, do total coletado, pouco mais da metade é tratado. O resto, infelizmente, vai contaminar os rios. O uso do lodo do esgoto tratado permite transformar passivo ambiental em lucro financeiro. O Dr. Lemainski lembra que o uso do lodo recicla os nutrientes, a maior parte proveniente da agricultura, sem os custos de incineração ou de aterros sanitários. O produto, mais barato, substitui fertilizantes minerais com ganho econômico e de produtividade, ao mesmo tempo em que evita os impactos ambientais decorrentes da queima do lodo na incineração e na concentração de nutrientes em aterros sanitários.
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Vantagens Os riscos do lodo para o ambiente e à saúde humana são evitados pela aplicação correta da tecnologia e com equipamentos de proteção, para evitar a ação deletéria de microrganismos. Desta forma, centenas de milhares de hectares de cultivos agrícolas poderiam ser fertilizados com o lodo, evitando o despejo nos rios de, aproximadamente, 10 bilhões de litros de esgoto, por dia. Assim, cidades de porte grande e médio, podem se beneficiar, de imediato, da tecnologia desenvolvida pelo Dr. Lemainski. O pesquisador da Embrapa também demonstra a vantagem financeira, pois, para cada real de adubo químico investido na cultura de milho, o retorno financeiro é de R$ 1,48. Por outro lado, para cada real de lodo, o ganho será praticamente dobrado, de aproximadamente R$ 1,90. Os números ficam mais fortes quando se considera que, em geral, são consumidos R$ 800,00 de fertilizante por hectare nessa cultura. Ou seja, se o agricultor investir R$ 800,00 em adubo proveniente do lodo de fertilizante, para adubar o milho, a sua margem na colheita aumenta em R$1520,00. Uma boa idéia para prefeituras e associações de agricultores. |
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Budapeste –
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Brasil tem a |
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Cientistas da Poli-USP obtiveram um filme plástico, produzido a partir de amido de mandioca e açúcares, baseado em um trabalho pioneiro da UNICAMP. O plástico é biodegradável, comestível, tem propriedades antibacterianas e pode mudar de cor de acordo com o estado de conservação do produto. Por enquanto ainda é coisa de laboratório, mas é uma inovação estimulante. A cada ano, o Brasil consome 4 milhões de toneladas de plástico e apenas 16,5% é reciclado - o restante é poluição para, no mínimo, um século. Além do que, quando acabar o petróleo não vai faltar apenas a gasolina no posto da esquina, mas também o insumo para a indústria petroquímica, como a de plásticos.
Vantagens A primeira vantagem é a ambiental: decreta-se o fim da poluição do lixo plástico. A outra é a redução de uso dos conservantes sintéticos dos alimentos, devido à adição ao plástico de cravo e canela, que são antimicrobianos naturais, o que redunda em maior vida útil do produto na prateleira. Uma terceira vantagem é a indicação de acidez. Segundo os cientistas, muitos alimentos, quando se deterioram, sofrem alterações no pH, que fica mais ácido. Pela suas características, o plástico apresenta cor diferente, de acordo com o pH do produto embalado. Logo, em contato com alimento ácido (deteriorado), o plástico assumirá uma coloração que indicará ao consumidor que o produto não está em condições de consumo. Para a mudança de cor da embalagem, os pesquisadores utilizaram extratos naturais de repolho roxo, uva e cereja. Estes produtos possuem antocianinas, que são substâncias que mudam de cor com o pH. Entre todos, o repolho é o que está se saindo melhor nos testes, mas o uso de resíduos da elaboração de vinho também se mostra animador. |
Negócios à vista A quarta vantagem é o impulso que será dado ao cultivo da mandioca, com a abertura de um mercado quase ilimitado, de alto valor agregado. Está aí a oportunidade para estabilizar a produção de mandioca, pela via da regularização do preço, permitindo que o Brasil possa assumir a liderança mundial na sua produção. Lembremo-nos que não é apenas o Brasil que busca um sucedâneo para os plásticos derivados de petróleo. Seguramente, outro grupo de cientistas, em outro país, encontrará outra solução. A vantagem brasileira será sempre o seu custo de produção de mandioca e de cana-de-açúcar, que é imbatível, pelos paradigmas atuais. Logo, abre-se, também, um grande mercado exportador, ampliando as possibilidades de grandes negócios.
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Como previsto, o surgimento indiscriminado das políticas públicas de mistura de diesel e biodiesel, em diversos países do mundo, está tendo como conseqüência o aumento do preço dos óleos e gorduras, que ficaram cerca de 50% mais caras nos últimos 6 meses. Sem dúvida, tanto biodiesel quanto etanol serão parte importante da estratégia energética dos próximos anos e não se pode condenar governos que buscam formas de incentivar a substituição parcial do petrodiesel por biodiesel. Entretanto, há necessidade de coordenação e busca de alternativas viáveis para a questão. O que se observou, no passado recente, é que cada Governo exarou suas medidas internas – em resposta aos reclamos da sociedade civil – de forma isolada. Como tal, o mercado está entendendo que a demanda física e a demanda projetada de óleos e gorduras está acima da capacidade de oferta do produto, no curto e no médio prazo. |
Maior rendimento Qualquer solução necessita de muito investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia. A primeira grande saída é aumentar a densidade energética por unidade de área, ou seja, produzir mais óleo por hectare. Com culturas anuais como soja, girassol, canola ou mamona é possível extrair, entre 600 e 1500 kg/ha de óleo. Já o dendê, palmácea tropical, produz 5.000 kg/ha, em lavouras comerciais. Considerando os novos materiais genéticos e as pesquisas em andamento, é possível estimar que, no final da próxima década, será possível extrair mais de 10.000kg/ha de óleo de dendê. Outras palmáceas tropicais ou subtropicais, como a macaúba, podem ser parte deste esforço. O único problema é que esta solução depende de pesquisa que vai maturar em 15-20 anos! |
Novos processos
Outra alternativa, de maturação mais curta, é desvincular a produção de biodiesel dos óleos vegetais, através de processos como a gaseificação ou a síntese por Fischer-Tropsch. Neste último caso, decompõe-se a matéria orgânica até hidrogênio e monóxido de carbono, reconstruindo-se as moléculas para obter diesel, gasolina, gás ou lubrificantes sintéticos. Para tanto, qualquer biomassa serve como matéria prima. Pode ser lixo orgânico, gordura de esgoto, palha de arroz, serragem, cavaco de madeira, restos de cultura, resíduos de poda de árvores, etc. Ë o caminho que eu percebi que os europeus vão tentar trilhar, para garantir as metas de incremento de bioenergia. É um alerta para o nosso Governo, para que não deixe de investir em novos processos e novas cultivares, para que o Brasil não perca esta grande oportunidade de negócios.
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Décio Luiz Gazzoni
Na semana passada proferi uma conferencia em Dourados (MS), sobre as oportunidades da agroenergia. O centro da discussão, com os quase mil ouvintes, foi o avanço da cana na região, que tem tudo para ser um novo pólo tão pujante quanto Ribeirão Preto. Pudera, a cana, remunera o patrimônio em quase 10% ao ano, enquanto a pecuária de corte, tradicional na região, retorna 2,3%. Nada parecido com os 65% de retorno do grande fazendeiro das Alagoas, mas este é um caso único de sucesso no mundo. Com a chegada da cana, inicia a discussão dos problemas que já ocorrem em regiões tradicionais. Mecanizar a colheita da cana-de-açúcar é o futuro – hoje, cerca de 30% das lavouras brasileiras é colhida por máquinas, especialmente em SP. O investimento inicial é de R$500.000,00, porém redunda em eficiência e redução do impacto ambiental, pela eliminação da queima. |
Social x ambiental Entretanto, essa opção significa desempregar 100 trabalhadores por colhedora. Com máquinas, aumenta-se em muito a produção, pois um trabalhador braçal colhe 7 t/dia, e a máquina pode ultrapassar 800 t/dia. Logo, a mecanização contribui para o aumento do já elevado número de desempregados, sendo a bandeira de movimentos sociais que se preocupam com o impacto dessa mão-de-obra sem trabalho na sociedade. Estima-se em 360.000 cortadores de cana que ficariam desempregados só em S. Paulo. Uma perguntinha: o que o Governo fez para evitar que este exército de trabalhadores seja jogado nas ruas, sem qualificação para outras atividades, sendo condenado à marginalidade? |
Econômico O custo de tirar a cana da lavoura e colocá-la na usina é 25% menor quando a cana crua é colhida mecanicamente e cerca de 37% menor quando a cana queimada é colhida mecanicamente, em relação ao corte manual. Já a colheita manual exige queima. Entretanto, a queima da plantação têm conseqüências como a perda da matéria bruta, prejuízos no caso de atraso no corte, aumento de riscos na deterioração da cana, favorecimento da infestação de microorganismos nos colmos, maior dificuldade na purificação e conservação de caldos, destruição dos inimigos naturais de pragas da cana, da matéria orgânica e da micro e/ou macrofauna, poluição atmosférica, além dos riscos de incêndios em áreas de preservação. Sem esquecer que vem aí o etanol celulósico, que usa a palhada para produzir álcool, logo esta não poderá ser queimada. Governo e sociedade precisam resolver, com urgência o conflito entre social, econômico e ambiental na colheita da cana. |
Biotecnologia, agricultura e saúde
Décio Luiz Gazzoni
O futuro dirá quanto tempo, dinheiro e vidas perdemos na discussão estéril sobre soja resistente a herbicidas, enquanto o mundo dava saltos qualitativos incríveis, usando a biotecnologia a serviço da qualidade de vida. O governo anterior (FHC) deixou-se patrulhar com muita tibieza e as amarras da pesquisa apenas foram desatadas no Governo Lula, do mesmo partido que patrulhou o Governo anterior. Aí entraram em cena outros interesses em defesa do obscurantismo científico, enquanto instituições sérias tentam trabalhar. A Embrapa, a UnB, a Unifesp e o Hospital de Apoio de Brasília, desenvolvem plantas e animais transgênicos capazes de produzir o Fator IX, responsável pela coagulação do sangue. Os hemofílicos não produzem essa proteína e são muito suscetíveis a hemorragias, com risco de óbito. Atualmente, os hemofílicos controlam o risco com medicamentos químicos. A esperança está no sucesso da pesquisa, com produtos muito mais baratos, produzidos diretamente no leite dos animais ou em plantas de soja. |
Gênese A utilização de plantas e animais transgênicos como biofábricas poderá reduzir os custos de produção de medicamentos a até 2% do custo atual. O meu amigo Elíbio Rech é o líder dos estudos que pretendem desenvolver biofábricas para produção do Fator IX de alta qualidade, em larga escala e com custo mais reduzido. A pesquisa com animais é a que está em fase mais avançada, usando camundongos como modelo para experimentos científicos. Vencida essa etapa, podem ser geradas vacas transgênicas que produzam o fator IX diretamente no leite. As plantas de soja contendo o fator IX já foram transformadas geneticamente, mas ainda não foram testadas.
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Teste O leite dos camundongos transgênicos foi avaliado no Hospital de Apoio de Brasília, com o mesmo equipamento utilizado para testar os medicamentos químicos, com resultados positivos. Confirmada a qualidade e a segurança do produto, serão medicados pacientes portadores de hemofilia para avaliar o efeito de coagulação, comparando com medicamentos químicos. Usando a mesma tecnologia, foram desenvolvidas plantas de soja com anticorpos anti-câncer de mama, que vão auxiliar na prevenção e diagnóstico da doença. A Embrapa também investe no desenvolvimento de alface com gene para combater a diarréia infantil e soja com gene do hormônio de crescimento. Estes são dois exemplos, porém a Embrapa desenvolve um trabalho sistemático de coleta de genes da nossa fauna e flora, com potencial de utilização nas áreas de agricultura e saúde. |
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